28 dezembro 2010
Por mais que tente, nunca irá afastá-la
13 dezembro 2010
Vivo
"Quando se vive para a vingança,
11 dezembro 2010
Prontas para viver
07 dezembro 2010
De quantas inspirações se faz um escritor?
28 novembro 2010
Adaptações e Seres do mar
17 novembro 2010
Mais futebol
16 novembro 2010
Barrilete Cósmico y Orgullo Cordobés
11 novembro 2010
Aos cristãos perseguidos
10 novembro 2010
"Teatro Satânico" Português
.22
28 outubro 2010
Infantopolítica
27 outubro 2010
Rir ou temer
22 outubro 2010
Profetizo um fim próximo. Não para mim; para a humanidade. Serei somente um pavio, o gatilho para a enorme revolução cultural do século, que trará o gosto amargo do fruto da sabedoria ao coração de todos. E após isso, somente os medíocres aceitarão continuar vivendo. Serei mártir e guia da vindoura geração, a daqueles que serão muitos, por se relegarem ao nada.
Uma nova geração de homens surgirá após isso, a daqueles que atingirão o autoconhecimento pleno a partir da própria destruição, e o deixar de existir será o ápice da existência.
Focos destes homens já fagulham pelo globo, em aparições cada vez menos espaçadas, mas são mentes ainda incompletas que, cegas pelo incrível amor, levam, à força, seus irmãos à salvação.
Os monges de Columbine foram alguns dos precursores de nosso trabalho, América, terra fértil para a iluminação. Depois vieram os irmãos da Coréia, Finlândia. Mas ainda não foram plenos, não foram capazes de controlar o amor arrebatador, pois forçaram a serem seguidos, quando a real missão deve ser levar à conscientização para que sejamos seguidos espontaneamente.
Quimeras,
durante uma manhã de iluminação.
[Fragmento]
21 outubro 2010
Só histórias
19 outubro 2010
13 outubro 2010
Dois mundos colidem
05 outubro 2010
Bang
04 outubro 2010
Cuidando da vida e do motor do carro
28 setembro 2010
"Give them hope, give them strength..."
20 setembro 2010
O que sou hoje...
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos ...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!
Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas, o resto na sombra debaixo do alçado,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos. . .
Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira! ...
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...
15 setembro 2010
Detruit Tout
See, the luck I've had
Can make a good man
Turn bad
So please please please
Let me, let me, let me
Let me get what I want
This time
Haven't had a dream in a long time
See, the life Ive had
Can make a good man bad
So for once in my life
Let me get what I want
Lord knows, it would be the first time
Lord knows, it would be the first time
25 agosto 2010
Menos gente, mais carro
22 agosto 2010
O primeiro de todos
18 agosto 2010
Cybercansaço
09 agosto 2010
Cada coração é uma célula libertária
03 agosto 2010
Dois mil e dez
28 junho 2010
Um Amor Sincero
Comprou flores, champanhe, atrasou em meia hora a chegada – programada para duas horas mais cedo que o habitual – esperando a barca de sushis encomendados que ela adorava. Uma surpresa que traria como recompensa uma noite especial, como as de anos atrás.
Era culpado, ele sabia, por ter deixado as coisas se tornarem tão glaciais entre eles e estava obstinado – desde àquela visão – a reconquistar as delícias de um passado não tão distante.
A convicção para agir veio da última manhã quando, pela primeira vez em não sabia quanto tempo, viu a esposa no balcão da cozinha, vestindo apenas suas lingeries finas, de um tecido preto que ele não sabia o nome e um roupão branco, semi-transparente. Não lembrava das delícias que aquele corpo podia proporcionar. Ignorava, pelo tempo, a uniformidade perfeita da carne, a rigidez, a alvura. Sentiu agulhadas pelo corpo inteiro quando pensou a quanto tempo não a tocava, não a desejava, e a sensação de espinhos na carne se tornou mais profunda quando veio à mente a idéia de que deveria haver um motivo para conservar toda aquela perfeição, mesmo que o último contato carnal entre eles estivesse ligado a tempos quase imemoriais.
Outro homem? Foi o que imaginou no primeiro momento, mas sentiu vergonha de si mesmo. Tinha horror às condenações sem provas, aos julgamentos imprecisos e meramente opinativos. Decidiu reaver aquela mulher do que quer que fosse; outro homem, do tempo, dela mesma.
Não tentou forçar um contato surpresa, não pretendia assusta-la. Sentou à mesa da cozinha, em silêncio, observando-a preparar seu chá. Ela só percebeu sua presença quando se virou para ver porque o cachorro da casa estava tão alvoroçado. Era um belo animal, pastor alemão de porte, dos que quase não se vê hoje em dia. O marido lhe acariciava a cabeça e o cão, na indecisão entre receber o afago passivamente e retribuir o afeto, acabara pulando, para colocar as patas sobre o colo do dono, e derrubando o pequeno jarro de flores de sobre a mesa.
Ela olhou com ternura enquanto percebia o gesto surpreendido do marido que, envergonhado por ter estado ali a observa-la, baixava os olhos para o montinho de terra úmida sobre a cerâmica imaculada da cozinha. “Vamos limpar esta bagunça”, ela disse, enquanto se aproximava, com um sorriso nos lábios, dos destroços do vaso estilhaçado.
O homem perguntou se ela precisava de ajuda e ela, num tom um pouco mais sério, disse que não, que estava tudo bem. Ele se levantou dizendo que ia se arrumar para ir trabalhar, cambaleante de uma paixão reacesa por aquela ninfa que deslizava pela cozinha e limpava a terra com as mãos com uma graça que parecia pertencer a outro plano material.
Não havia notícia financeira, política, internacional que o fizesse se desligar das memórias do início do dia. O rádio fora ligado por simples hábito. Enquanto pensava, acariciava lentamente o banco do passageiro, como se uma perna de pele lisa e adorável estivesse ali, pousada sob seus dedos.
Teve um pouco de dificuldade para tirar sozinho as coisas do carro e subir o lance de escadas para o primeiro andar. Já na porta, colocou a barca e a garrafa no chão, para procurar as chaves. Quando finalmente as encontrou, por entre os bolsos do casaco, abriu rapidamente a porta, com a habilidade adquirida pelos anos de residência.
A porta dava direto para a sala principal e a visão que teve lhe explicava, na velocidade de um clarão, os acontecimentos da manhã, até então ignorados; o voltar de cabeça com aquela expressão bondosa incompreensível, o sorriso compassivo quando viu seu vaso tão adorado destruído, a paciência em recolher o que restou, a resposta fria quando tentou falar com ela.
A primeira coisa que viu foi o rosto estarrecido da esposa, apoiada sobre o sofá, por entre os cotovelos, a olhar para a porta escancarada, mas foi quando viu o cachorro que o raio da iluminação atingiu seu peito, com a capacidade de pulverizar a mais forte das almas em instantes.
Deixou as flores caírem, não soube o que dizer por vários segundos, enquanto ela se levantava, tentando se recompor. Ele, ainda com uma expressão de terror, deu um passo indeciso e desajeitado para dentro, tropeçando na garrafa. A bebida que regaria aquela noite, pensou, quando olhou para o champanhe no chão.
A mulher, encorajada pelo desencontro de olhares, soluçando de perturbação enquanto lágrimas começavam a minar, perguntou se ele queria dizer algo. Ele a fitou. Agora sem expressão alguma, como um corpo que perdeu o espírito. Sem dizer nada começou a andar em direção ao quarto e, quando passou ao seu lado lhe disse ao ouvido, convicto:
- Amanhã comprarei uma cadela.
Un millón de años...
26 junho 2010
23 junho 2010
Como cheguei a pensar o que penso neste exato momento
22 junho 2010
À espera da operação Black Jack
11 junho 2010
Televisão é o combustível
30 maio 2010
Isto era apenas o tempo...
17 maio 2010
Um cachorro emborrachado
Encontrei as anotações que fiz de um sonho estranho que tive no fim do ano passado. Decidi digitá-las, e aí está.
Eu estava em um lugar amplo, que lembrava um templo antigo, com colunas amareladas, de um dourado envelhecido. Lá havia um homem estranho, alto e forte, de cuja aparência não me recordo bem.
Sentei num degrau e vi um cachorro vindo correndo em minha direção. Quando se aproximou, notei que era muito diferente, sem expressão. Quando o toquei percebi que o cão parecia emborrachado, como uma daquelas máscaras de festas à fantasia. Eu o tocava e acariciava, ele se movia como um cachorro normal, vivo, e não como um autômato de borracha.
Fiquei impressionado porque pensei que aquilo não era possível, haveria realmente algum cachorro cruelmente encarcerado dentro daquela casca de borracha? Era incrível e eu não conseguia deixar de horrorizar-me com a idéia de ter um cachorro preso ali até a morte.
Fui até o dono do local, supostamente o dono do cachorro e perguntei o que era aquilo, se era um cachorro verdadeiro preso ali dentro, e quem praticava aquele tipo de crueldade. O homem era impenetrável, muito sério. Pediu-me para olhar no ânus do cachorro, onde havia inscrições em romeno que indicavam a procedência do animal. Era algo místico, esotérico.
Depois disso ele me convidou para conhecer uma sala (ou corredor) que ficava numa “esquina” dentro de um corredor, difícil de descrever. Entrei nesse corredor mas não tive coragem de entrar no local que ele indicava. Devia haver fogo ou algo do tipo lá dentro, pois via um reflexo alaranjado na parede.
Saí do corredor e encontrei meu pai, minha mãe e um primo do meu pai na porta. Voltei ao início do corredor com esse primo para que ele visse a tal sala do fogo, mas antes de prosseguirmos vi que o homem havia entrado nessa sala anterior à do fogo e mexia um caldeirão com uma mistura que parecia uma sopa grossa. Disse algumas palavras. Ele falava amigavelmente, mas de forma séria. Foi quando, parecendo ser sem querer, derramou um pouco da mistura no chão, e espirrou na minha perna. Pulei com a dor, pois aquilo havia me queimado muito, e com o pulo do susto acabei virando a esquina do corredor. Demorei um pouco para voltar por causa da dor. Quando entrei na sala do caldeirão novamente, onde antes estava o primo do meu pai, havia um esqueleto com alguns pedaços de carne viva, visivelmente queimado brutalmente, mas não com fogo. Era como se tivesse sido fervido ou algo assim, e sobre ele havia a sopa espessa que o homem preparava.
Ele ainda estava na salinha e mexia o caldeirão sem perceber mais nada ao redor. Saí e chamei meus pais para verem o que havia acontecido ao primo. Não lembro da reação deles, mas sei que saímos dali apressadamente.
Aqui há um buraco no que me lembro. Não sei o que fizemos a seguir, mas depois estamos em um ônibus estranho, minha mãe e eu. Não sei o que aconteceu com meu pai.
O ônibus era como uma grande sala, com um vão no meio e cadeiras apenas alinhadas às paredes, todas viradas para o centro do veículo.
Estávamos sentados no fundo, na parede do ônibus. Perto da porta, na frente à direita, havia um negro muito forte. Outro buraco, não sei que acontece, mas alguém entra (ou já estava dentro do ônibus), joga esse negro em cima de um balcão e, esticando seu braço, soca a região do ombro, uma vez só, quebrando-o seriamente. Depois abraça um outro homem e lhe quebra as costelas. Nisso entram no ônibus dois outros caras, muito fortes, também. Um deles pega o sujeito do braço quebrado, ajuda-o a levantar e sai com ele lentamente. O outro saca um revólver e atira impiedosamente contra o brigão.
Então o homem do revólver – um negro de óculos HB pretos, tatuagem tribal no braço – parece procurar alguém entre os passageiros, como se ainda tivesse algo a fazer ali. Saca uma espingarda e começa a atirar contra os passageiros, metodicamente, em sentido horário. Todos permanecem sentados, imóveis. Quando a mira é voltada para nós, preparo-me para tentar desviar, e quando o tiro é dado posso ver o projétil e fragmentos de chumbo vindo em minha direção. Desvio, mas sou atingido de raspão no braço. Isso acontece três vezes. Numa delas o tiro atinge minha mãe na barriga, causando um ferimento preocupante, mas não fatal a curto prazo.
Depois disso não lembro de mais nada com relação ao ônibus. Não sei se há alguma relação entre a primeira parte do sonho e essa outra, mas creio que fugíamos do homem do caldeirão naquele ônibus. Um homem que fabricava cascas de pele de borracha para cachorros.
Fomos parar numa mansão onde havia uns roqueiros cabeludos que, supostamente, poderiam ajudar minha mãe de alguma forma. Eles tinham uns cachorros ferozes, mas não me lembro muito dessa parte.
Em determinado momento minha mãe se dá conta de que também fui atingido e levanta a manga da minha blusa. Vemos que meu braço está coberto de algo que parece sangue a coagular, com aparência de massa de tomate.
Ela passa a mão em meu braço para tentar limpar e a “massa de tomate” vai se acumulando em seus dedos, como quando se passa uma faca sobre a manteiga. Estávamos numa espécie de banheiro e ela joga aquilo na pia. Há uns pedaços de algo verde no meio. Ela passa a mão várias vezes e sempre tira mais e mais daquilo do meu braço e joga na pia. Havia já muita daquela gosma lá.
Foi minha última visão no sonho...