Tentando tirar das convulsões finais um novo começo. |
11 dezembro 2012
24 outubro 2012
Não se permita ser expulso da festa
10 setembro 2012
Um mito colossal
23 agosto 2012
Cantodea Animada
01 agosto 2012
...há muita beleza aqui, como há muita beleza em toda parte
E hoje, mais uma vez por coincidência, encontrei umas palavras de Rilke sobre Roma que também foram um bocado elucidativas:
13 junho 2012
Notas de um apocalipse pessoal #1
07 maio 2012
Angústia
A angústia da pobreza, angústia da solidão inconsolável, angústia por uma condição humana insuportável.
"Lembrava-me de outro indivíduo infeliz, um sertanejo que vi há muitos anos, quando ele saía da prisão depois de cumprir sentença. Era um cearense esfomeado que tinha aparecido na vila em tempo de seca. Esmolambado, cheio de feridas, trazia escanchada no pescoço uma filhinha de quatro anos. Tinham ido morar na rua das putas e viviam de esmolas. Um dia as vizinhas ouviram gritos na casinha de palha e taipa que eles ocupavam. Juntaram-se curiosos, olharam por um buraco da parede e viram o homem na esteira, nu, abrindo à força as pernas da filha nua, ensanguentada. Arrombaram a porta, passaram o homem nu na embira, deram-lhe pancada de criar bicho - e ele confessou, debaixo do zinco, meio morto, que tinha estuprado a menina. Processo, condenação no júri. Anos depois os médicos examinaram a pequena: estava inteirinha. O que havia era sujidade e um corrimento. Tratando a doença da filha com remédios brutos da medicina sertaneja, o homem tinha sido preso, espancado, julgado e condenado."
13 março 2012
Aceite nunca alcançar o nada
31 janeiro 2012
Liberdade versus anarquia
O conceito de liberdade proposto pelo pensador francês Alain de Benoist no artigo "A decadência da sociedade moderna" me soa um tanto estranho e não consigo imaginar como alguém pode ligá-lo a ideais anarquistas, o que me faz pensar na possibilidade de estes movimentos mutantes "anarco-tradicionalistas" (ou termos genéricos) serem mesmo cavalos de tróia para ideais conservadores, principalmente raciais, dentro dos círculos revolucionários.
LIBERDADE
Para Benoist a liberdade é alcançada, e plenamente realizada, quando o indivíduo pertencente à tribo ou nação, e identificado com ela, pratica ações que não vão contra o que é considerado correto para o povo como um todo. Pelo fato de se sentir plenamente identificado com os valores ao seu redor, suas ações serão sempre formas de participação/contribuição social. Nas palavras do filósofo, “suas ações não trairão a comunidade”.
Assim, em sociedades em que os indivíduos não se sentem ligados por hereditariedade às suas respectivas culturas (em sociedades neoliberais/multiétnicas), exercer liberdade individual passaria a ser apenas um jogo de valores individuais opostos, que Benoist chama de egoístas.
LIBERDADE X ANARQUIA
Não é difícil assimilar esse conceito de liberdade se pensarmos em termos de políticas conservadoras, ou de "nova-direita", como proposta pelo próprio Benoist. O intrigante é, como dito no início, valer-se desse conceito dentro de um movimento que utiliza anarquismo no nome.
Talvez seja uma discussão relevante, pois sempre que pensamos em anarquismo, fazemos uma relação automática com ideais libertários (ou pelo menos a maioria de nós), de autodeterminação individual e, conseqüentemente, comunitária. Mas esse automatismo no conceito de anarquia tem sido “revisionado” por representantes de um dito "tradicionalismo revolucionário", que enxerga o estado como um fomentador da competição entre as pessoas e de ideais individualistas, que destroem o senso de identidade e fidelidade à tradição e à hereditariedade.
Utilizo como exemplo o anarco-nacionalismo defendido - e, se não me engano, fundado - por Troy Southgate. Para ele o estado representa um opositor, além de um opressor, ao ideal de nação calcado em valores raciais. Assim o termo "anarquismo" não designa mais que apenas a negação do estado. Ou seja, de forma alguma "liberdade" aproximar-se-á de um comportamento libertário. Pelo contrário, a liberdade neste “anarquismo” se realiza na fidelidade à nação. Trocamos então a palavra "estado" por "nação" na clássica "tudo pelo estado, nada fora do estado".