28 setembro 2010

"Give them hope, give them strength..."

Eu me consterno fácil com várias coisas, com pessoas que nem conheço. Um sentimento de solidariedade construiu-se em mim com o passar dos últimos anos. Aquece-me o espírito ver duas mulheres de quase quarenta anos caminhando em direção ao colégio, a comentar de suas dificuldades nos estudos, com a mesma aflição e pureza (acredito que até mais) que um par de pré-adolescentes em idade escolar.

Acaba com minha noite ver, na rodoviária, senhoras mais velhas que minha mãe tendo de vender balas e refrigerantes para sobreviver. E não tenho ouvidos para o discurso reacionário covarde do "isso que dá não estudar".

Por mais que em muitas situações eu tenha vontade de não ligar para nada disso, que veja que na maioria das vezes o povo é o maior culpado pela grande maioria de suas dificuldades, por tamanha sujeição e alienação, por mais que tenha ímpetos de transformar minha visão em um totalitarismo aristocrático elitista von-thronstahlniano, quando vejo a senhora das balas na parada de ônibus, sinto que há algo de errado com o mundo.

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