20 maio 2019

O Eu e o jogador




Naquele momento, com sede, olhei para minhas mãos segurando a garrafa com água, e imaginei-me como um personagem de vídeo games, naqueles jogos em primeira pessoa. A sensação foi como se EU - um verdadeiro Eu - controlasse esse personagem virtual, e fosse ele, apenas ele, o dono do Ego, e de tudo que acompanha o Ego. O Ego não pertencia ao Eu. 

O Eu estaria fora do jogo. Assim como o jogador que segura o controle, ele decide as ações e os caminhos do personagem, mas não é essencialmente influenciado por elas. 

O personagem desenvolve habilidades e enfrenta os perigos e obstáculos necessários para alcançar o sucesso em um jogo específico. Eventualmente o personagem vem a morrer, o que não afeta em nada o jogador, que inicia novamente a jornada com um outro protagonista. Talvez ainda precise buscar as mesmas habilidades do anterior. Outras vezes surgem necessidades diversas. O jogo também pode ser completamente diferente, mas o jogador permanece ali, não se altera. Prossegue o Eu, na diversidade de personagens e jogos.