31 janeiro 2012

Liberdade versus anarquia

O conceito de liberdade proposto pelo pensador francês Alain de Benoist no artigo "A decadência da sociedade moderna" me soa um tanto estranho e não consigo imaginar como alguém pode ligá-lo a ideais anarquistas, o que me faz pensar na possibilidade de estes movimentos mutantes "anarco-tradicionalistas" (ou termos genéricos) serem mesmo cavalos de tróia para ideais conservadores, principalmente raciais, dentro dos círculos revolucionários.

LIBERDADE

Para Benoist a liberdade é alcançada, e plenamente realizada, quando o indivíduo pertencente à tribo ou nação, e identificado com ela, pratica ações que não vão contra o que é considerado correto para o povo como um todo. Pelo fato de se sentir plenamente identificado com os valores ao seu redor, suas ações serão sempre formas de participação/contribuição social. Nas palavras do filósofo, “suas ações não trairão a comunidade”.

Assim, em sociedades em que os indivíduos não se sentem ligados por hereditariedade às suas respectivas culturas (em sociedades neoliberais/multiétnicas), exercer liberdade individual passaria a ser apenas um jogo de valores individuais opostos, que Benoist chama de egoístas.

LIBERDADE X ANARQUIA

Não é difícil assimilar esse conceito de liberdade se pensarmos em termos de políticas conservadoras, ou de "nova-direita", como proposta pelo próprio Benoist. O intrigante é, como dito no início, valer-se desse conceito dentro de um movimento que utiliza anarquismo no nome.

Talvez seja uma discussão relevante, pois sempre que pensamos em anarquismo, fazemos uma relação automática com ideais libertários (ou pelo menos a maioria de nós), de autodeterminação individual e, conseqüentemente, comunitária. Mas esse automatismo no conceito de anarquia tem sido “revisionado” por representantes de um dito "tradicionalismo revolucionário", que enxerga o estado como um fomentador da competição entre as pessoas e de ideais individualistas, que destroem o senso de identidade e fidelidade à tradição e à hereditariedade.

Utilizo como exemplo o anarco-nacionalismo defendido - e, se não me engano, fundado - por Troy Southgate. Para ele o estado representa um opositor, além de um opressor, ao ideal de nação calcado em valores raciais. Assim o termo "anarquismo" não designa mais que apenas a negação do estado. Ou seja, de forma alguma "liberdade" aproximar-se-á de um comportamento libertário. Pelo contrário, a liberdade neste “anarquismo” se realiza na fidelidade à nação. Trocamos então a palavra "estado" por "nação" na clássica "tudo pelo estado, nada fora do estado".


30 janeiro 2012

A primeira publicação do último ano


É, voltemos antes que o universo nos engula. Fim de ano conturbado, muita destruição e reconstrução. É hora de utilizar uma palavra que a L. gosta muito: retomar. Foram alguns meses de perdição, mas é hora de retomar minha vida.