23 setembro 2009

Biopoder



Os garrafões de água mineral terão sua validade regulada para três anos de uso. Segundo especialistas, o plástico, ao ser submetido à pressão, pelas técnicas de engarrafamento, cria microporos que podem acumular sujeira e com isso comprometer a qualidade da água.

Não é à toa que cada geração de crianças seja cada vez mais débil e sensível a tudo. Não podem mais comer alimentos que não sejam preparados nas mais severas condições de higiene, se não quiserem correr o risco de ter um mal do estômago. Qualquer exposição a tempos desfavoráveis faz com que sua saúde desmorone. Há também um crescimento exorbitante no número de pessoas que tem algum tipo de alergia. É o que se espera quando tiram de nós - de nossos corpos - o direito de desenvolver nossas próprias condições de defesa.

16 setembro 2009

Tecnocracia


Maldita seja a tecnologia, que oferece possibilidades só para que ela mesma possa frustrá-las, no final das contas.

Estresse eterno com equipamentos de som virtuais.


14 setembro 2009

Forrozão Bala de Prata


O Bruno acabou de acabar com meu dia ao mostrar uma versão forró para o clássico Living for the Night, da Viper.




11 setembro 2009

...ou de você


Será que existe subconsciente musical? Passei a manhã com Como vai você? do Roberto Carlos na cabeça. Deveria haver análise para isso.


10 setembro 2009

"Queres saber detalhes sobre a minha doença?"



"Essas pessoas [doentes de câncer] têm uma dignidade natural, uma profunda coragem. Lembro de um senhor de 90 anos, com nódulos espalhados por todo o corpo, que sempre ia ao hospital de traje completo, a gravata mais bonita que eu já vi, e avançava para o guichê como se fosse um príncipe."

António Lobo Antunes

09 setembro 2009

09.09.09



De acordo com um colega de trabalho, hoje, dia 09.09.09, representa o número da besta, invertido. Será um dia de desgraças por toda a humanidade. Aliás, segundo ele, desde 00:00 várias pessoas já desapareceram e foram mortas.

À noite irei ler os jornais para ficar a par dos danos causados por Satanás.

Tenham fé!


02 setembro 2009

Patrões, os acovardadores do homem

Uma das coisas mais degradantes no homem moderno é a forma como ele é capaz de vender sua dignidade a um ser supostamente superior, conhecido como patrão. E de onde provém essa aura de superioridade? Do ato de nos pagar, logicamente. Assim, o sujeito perde toda a vontade própria, toda a opinião quando em face desta divindade que representa o sagrado espólio mensal. Ousar desafiá-lo, questioná-lo, por mais que ele esteja errado, é impraticável, pois manter um emprego é mais importante que afirmar-se como um sujeito com vontades e opiniões.

É claro que para muitas pessoas - principalmente em um país como o nosso - manter o emprego atual é um procedimento seguido com um rigor quase religioso, já que conseguir um outro torna-se cada vez mais complicado, e as necessidades talvez não possam superar este sacrilégio. Então, a questão não é não se preservar em um trabalho, mas outra; é quando esse sentimento de preservação se torna tão grande, tão exagerado, que se transforma em medo, paranóia de ser dispensado a qualquer momento. É aí que o homem, por mais contrariado que esteja com os procedimentos de seus atuais superiores, com suas formas de administração, não comete a heresia de se manifestar, de expressar seu descontentamento, mesmo para as com os mínimos episódios que não representariam dano nenhum ao seu emprego.

O homem se transforma, simultaneamente, em um grande covarde e um grande hipócrita - e talvez todo grande covarde seja um grande hipócrita -, pois ao mesmo tempo em que se nega a expressar suas opiniões quando em frente ao superior, às suas costas acaba-se em palavrórios contra ele.


01 setembro 2009

Para além do Capital



Fui hoje com a L. a um seminário sobre o pensador húngaro marxista István Mészáros. Confesso que nunca havia ouvido falar nesse senhor, e acabei por achar muito interessante a discussão fomentada em torno de sua obra seminal, Para além do capital, que tratou da questão da longetividade do capital, o que a possibilita, as relações entre capital e capitalismo - que para ele são acontecimentos diferentes e, de certa forma, independentes - além de vários outros pontos (o livro é uma bíblia, que nem arrisquei a perguntar o preço).

Uma pena que Mészáros em pessoa não possa ter comparecido ao seminário de Brasília, como fez no Rio, São Paulo e Belo Horizonte. Brasília sempre tenta, mas acaba ficando com as "sobras". Foi dito que ele, pela idade, não pôde viajar tanto para vir até aqui. Mas se já havia ido às outras três capitais? Enfim, foi ótimo, de qualquer forma.