16 março 2011

Ou você lê jornais ou tem informação

Tenho me tornado uma pessoa bastante desconfiada. Não acredito mais em muita coisa; quase nada para dizer a verdade. Um exemplo de por que tenho exercitado minha descrença aconteceu hoje, durante uma reportagem sobre a situação do Japão. Com os problemas em uma usina nuclear, a radiação era medida de hora em hora em um grande centro urbano japonês. Alguns cientistas diziam que a radiação estava 10 vezes mais alta que os níveis normais, enquanto a cruz vermelha afirmava estarem os níveis dentro do tolerável. O governo dos EUA instruiu seus cidadãos a manterem-se a pelo menos 80km de distância da zona de contaminação, enquanto o governo do Japão afirma que o necessário são apenas 30km. Afinal, em quem o povo deverá acreditar?

Parece que há uma técnica aqui: fornecer várias informações controversas para que, no auge da confusão, não haja muito o que fazer, afinal, ninguém sabe como agir exatamente. Manter a passividade por meio da desinformação camuflada em informação.

Bem, este não era o foco. O episódio a que quis aludir com o título diz respeito a uma matéria que li agora a pouco no site do G1. A notícia fala sobre a polêmica das lojas Renner e o moletom do Skrewdriver. No final do texto há a informação de que a banda "possivelmente tenha conexões com grupos neonazistas brasileiros" e que há indícios de que ela tenha tocado aqui em 2009. Bem, qualquer um que tenha pelo menos acesso à internet sabe que a banda acabou em 1993, com a morte de seu líder. Assim, fico a pensar: quantas pessoas não ficaram estupefatas, ou mesmo amedrontadas ao lerem, em um veículo de pretensa "informação", a notícia de que uma banda neonazista famosíssima esteja frequentando nosso país?

Não é de espantar que haja teorias que acusam a mídia de ser uma horripilante conspiração para promover o emburrecimento completo da população, quando não dizem ser ela uma ferramenta de manipulação esquerdista, como nas crenças de um Olavo de Carvalho da vida.

Um comentário:

  1. Isso é absurdo demais. Qualquer idiota alfabetizado leria um breve resumo sobre a banda e saberia da morte do Ian.
    Mas não, é mais fácil inventar qualquer besteira para chocar. "Ó céus, uma banda nazista esteve no Brasil".

    Isso aí é o que chamamos de jornalismo profissional! ¬¬

    ResponderExcluir