30 maio 2010

Isto era apenas o tempo...


Sempre tive um problema com o tempo. Na verdade, não sempre, nem com o "tempo", exatamente. Era com minha idade. E de uns anos para cá. Depois dos vinte, para ser mais preciso.

Por um bom período tive na cabeça a idéia de que estava começando a ficar velho para as coisas. Para qualquer coisa que eu já não fizesse, ou seja, achava-me velho para iniciar algo, ou para começar a aprender algo. Apresentava projetos a mim mesmo e, quase que automaticamente, reverberava na minha cabeça que era inútil a essa altura da vida. Aprender alemão aos 24 anos de idade? Tocar um instrumento diferente? Inadmissível, era a palavra corrente.

Foi então que houve uma ruptura, representada pelo meu vigésimo quinto aniversário. Nesse dia, diferentemente dos outros anos, não me martirizei por ter mais um ano nas costas, mas decidi romper com o tempo. Simplesmente ignorá-lo. Tomei consciência de como a limitação pelo tempo é uma barreira moderna para a evolução individual do homem.

Uma feliz coincidência, após esse dia, foi ler uma entrevista com o
D. Tibet, onde que ele conta como se interessou e começou a aprender a língua copta, aos 40 anos.

E eu a pensar que, aos 24 anos, era tarde demais para aprender um simples alemão.

Um comentário:

  1. Tu ia se amarrar no aluno que eu tinha de redação. O bicho com mais de 50 anos entrou na faculdade e todos criticavam, pois ele é praticamente aposentado e não teria pra quê. Ao perguntá-lo o porquê de estar ali, ele me chicoteia: "eu tô aqui porque quero aprender. tem outro motivo?"... ah... pobre acadêmico de 1o semestre. Mal sabe os motivos que as pessoas inventam para estar ali.

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