11 dezembro 2010

Prontas para viver


Tenho aquela sensação permanente de que há uma idade para começar as coisas, seja ela qual for. Uma impressão de que, a certo momento da vida, pode ser tarde demais para iniciar um novo projeto, não haver mais tempo para aprender algo. Se você não começar logo, esqueça; seu tempo passou.

Assisti hoje o filme francês Le Hérisson que, segundo penso, tenta desconstruir esta visão de mundo, pois parece que não são poucos os que raciocinam como eu. Acredito que a diretora Mona Achache criou uma inversão de papéis, onde uma garotinha prestes a fazer 11 anos acredita não ter mais o que aprender da vida. Por outro lado, deposita em outra personagem, a zeladora, na casa dos 50 anos, a responsabilidade de reacender o brilho pela própria vida.

Acho que há uma sutil mensagem de desespero, uma forma de alertar para o fato de que se você espera demais, ou deixa a vida passar, quando a descobrir (ou redescobrir), pode ser tarde demais, pois a todo segundo já pode ser o nosso "tarde demais".

Se estamos o tempo todos sendo espreitados pelo nosso derradeiro momento, o que há para fazer? A mensagem da jovem Paloma vem logo no início; não é porque vamos morrer que precisamos vegetar a espera. O filme é um louvor à vida, a viver a vida a cada momento, para que quando a inesperada vier nos resgatar deste mundo, possamos saber exatamente o que estávamos fazendo nesse momento, e não nos arrependermos por poder ter feito algo melhor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário